Em 2015, a UNESCO considerou Óbidos como Cidade Literária, integrando assim a Rede de Cidades Criativas. Velhos espaços, abandonados, encontraram a partir desse momento uma nova função, o que resultou na abertura de um conjunto considerável de livrarias temáticas. Quando, em 2013, foi aberta a maior livraria portuguesa dentro de uma igreja, chamámos a atenção para as novas configurações entre espaços e atividades e entre talentos locais e de fora. Por outro lado, e com esta nomeação da UNESCO, o município apostou, de forma ainda mais assertiva, nesta estratégia, bem como no compromisso de olhar para os livros e para a literatura como uma das principais forças de desenvolvimento económico deste território. Este projeto trouxe um posicionamento muito interessante para Óbidos, não só pela sua relevância cultural, mas também pela diferenciação turística.
Óbidos Vila Literária desempenha um papel fundamental na coesão social do território, envolvendo os residentes do município e da região oeste, estendendo-se inclusivamente a outros municípios e regiões vizinhas. O plano de atividades tem a preocupação da inclusão social, da integração e colaboração das escolas, politécnicos e universidades, alunos, professores e investigadores. O plano de atividades, partindo do livro e da leitura, tem uma preocupação holística e integradora abrangendo as diferentes áreas do saber, do conhecimento e das artes. De destacar os dois maiores eventos realizados, o FOLIO – Festival Internacional Literário de Óbidos, e o Latitudes – Literatura e Viajantes.
A Óbidos Vila Literária alicerça-se numa Rede Literária que inclui diferentes espaços, públicos e privados, que corporizam a sua essência: Casa José Saramago (futura Biblioteca Municipal), Livraria de Santiago, Livraria do Mercado Biológico, Livraria Artes e Letras, Literary Man Hotel, Josefa de Óbidos Bookcrossing, Silver Coast Volunteers Book Exchange, Livraria Bichinho do Conto, Livraria do Museu Municipal, Livraria da Galeria NovaOgiva, Livraria do Museu Abílio de Mattos e Silva e Livraria da Paragem.
Em 2018, o Município de Óbidos lançou o Prémio Literário Armando da Silva Carvalho que se destina a premiar, com periodicidade anual, uma obra de poesia, escrita em língua Portuguesa e cuja primeira edição tenha sido publicada em qualquer país da lusofonia. Pretende promover a divulgação da cultura, do nosso património literário e contribuir para a defesa e enriquecimento da língua portuguesa. Tem, ainda, como missão homenagear um poeta natural do concelho de Óbidos.
Óbidos dispõe também de um Programa de Residências Literárias que permite a cada autor uma estada que pode variar entre as duas semanas até aos dois meses. O Município disponibiliza um espaço para alojamento e criação do projeto candidatado. O envolvimento do autor-residente na comunidade é incentivado, embora o objetivo principal da sua estadia seja a escrita.